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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ácido retinóico: bonzinho ou vilão?



Muitos pacientes e leitores têm dúvidas quanto ao uso do ácido retinóico. A notícia que saiu na Folha.com deixou muita gente de “cabelo em pé”. A verdade é que na medicina não existe receita de bolo. Vou explicar.

O ácido retinóico é um dos ácidos que mais tem estudos comprovando a sua eficácia e os efeitos benéficos para a pele. É usado para prevenir o envelhecimento da pele, clarear manchas, reduzir a oleosidade, tratar acne e melhorar a textura da pele. Pode ser usado a longo prazo sem os efeitos colaterais como os da hidroquinona, por exemplo.

O que acontece é que este ácido causa um efeito denominado "fotossensibilidade", que nada mais é que  deixar a sua pele mais sensível  quando exposta à luz solar. Então é melhor evitar seu uso em algumas pacientes, mais especificamente nas "amantes de Sol" ou mesmo interromper seu uso 5 a 7 dias antes de ir à praia.


Essa estória de usar ácido retinóico ou não no verão DEPENDE de alguns aspectos. Existem pacientes e pacientes. Quando uma pessoa chega ao meu consultório precisando usar ácido retinóico ou querendo fazer um peeling no verão, dependendo de seu estilo de vida, eu faço. Se é alguém que segue corretamente as orientações pós-peeling, eu também faço. Até porque o efeito desse ácido na pele é imbatível e muito bem comprovado por vários estudos e pela prática clínica.

No início do uso do ácido é normal ocorrer irritação. Mas se ela for prolongada, ocorre uma inflamação. Então há o efeito contrário e o colágeno é destruído. Além disso, a vermelhidão da pele pode ativar alguns melanócitos e fazer com que a pele reaja com formação de manchas ou escurecimento das manchas pre-existentes, como eu  sempre digo aos meus pacientes.

A descamação, irritação e vermelhidão da pele após o uso do ácido são sinais de problema e não de eficácia do produto, ao contrário do que a maioria pensa. Nesses casos, o dermatologista deve ser consultado para reduzir o uso do produto ou sua concentração, intercalar os dias da aplicação ou até suspendê-lo. As reações também são individuais e mais comuns em pessoas de pele clara e sensível e dependem até da farmácia em que foi produzido, em caso de manipulação.

Concluindo, não vamos deixar nos abater por um estudo que mostrou o contrário, pois tudo depende da maneira correta de usar o produto.

Beijos e até mais!

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