Olá pessoal!
Já que estamos
comemorando o Dia das Crianças resolvi falar sobre Vaidade Infantil... Atendo muitas
mamães com crianças super vaidosas no consultório, com perguntas do tipo: “Ela
tem 4 anos, já pode passar maquiagem, doutora?” Foi noticiado recentemente que
a ANVISA pretende liberar a entrada no mercado de sombras e
desodorantes infantis.
Encontrei um texto de uma
terapeuta que descreve tudo o que eu penso sobre o assunto. Espero que
gostem!
Os limites da vaidade infantil (por Renata Borja)
É normal que a criança
queira imitar a mãe e mulheres que admira e isso pode ser saudável se for
moderada e principalmente se a demanda inicial partir da criança. Quando a
criança pega o batom da mãe, como uma brincadeira, para passar eventualmente ou
pinta as unhas durante uma festinha, não há problema. O problema geralmente se
dá por intervenção dos adultos, quando a criança é muito estimulada a ser
vaidosa gerando até uma saída precoce da infância.
A nossa sociedade atual
tem apresentado uma inversão de valores aonde o que se aparenta ser é mais
valorizado do que o que realmente se é. Quando uma criança entende que a mãe e
outros à sua volta a valorizam por apresentar um comportamento sexualizado ou
mais adulto, essa criança entende que se ela não for bonita e sedutora ela não
será amada e nem aceita, e isso poderá comprometer sua auto-estima resultando
em sérios problemas na vida adulta.
Muitas vezes os pais
entendem que se incentivarem esse tipo de comportamento estariam ajudando seus
filhos a terem auto-estima e a serem mais aceitos pela sociedade. No entanto, o
que acontece na maioria das vezes é o contrário, pois essa criança começa a ter
uma auto-imagem distorcida por não ter sido estimulada a gostar de si, estando
ou não estando dentro dos padrões estéticos disseminados.
Caso isso ocorra, ela
poderá se tornar uma pessoa vazia que superestima as ameaças externas e não
confia nos próprios recursos, o que colabora para a depressão, transtorno de
ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos alimentares, entre
outros… O equilíbrio está em valorizar a criança nas suas qualidades e
incentivá-la a ser autônoma, proporcionando a possibilidade dela se sentir
amada, valorizada e aceita pelo que é e
não pelo que teria que demonstrar.
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